terça-feira, 25 de junho de 2013

Lisboa - Sofia


Acordar às 3 da madrugada depois de só ter descansado outras 3, deixou-me com uma birra de sono de fazer inveja às que os primos mais pequenos costumam ter! No aeroporto uma fila enorme no check -in fazia muita gente meter as mãos na cabeça. A primeira lufada de ar fresco vem quando a funcionária da AirFrance que registava o pagamento do transporte da bicicleta me pergunta o que vou fazer e me deseja boa viagem! Depois das despedidas (para mim é mesmo a parte mais difícil das viagens) e do embarque, a viagem até Paris correu normalmente e, depois de 3 horas de espera, novo voo para o destino inicial da viagem... Sofia!
Tudo normal até à altura em que o avião abortou a primeira tentativa de aterragem por causa da trovoada que se abatia sobre a cidade. A vista era linda...uma planície rodeada por enormes montanhas, ainda salpicadas com pedaços de neve do último inverno. À segunda, depois do piloto ter informado que senão conseguíssemos aterrar, teríamos de seguir para outro aeroporto e duns poços de ar que meteram a senhora ao meu lado de olhos fechados e a rezar), lá aterrámos com uma salva de palmas enorme...estava mesmo tudo cheio de medo :) Passo seguinte: recolher as bagagens. A bike apareceu rapidamente, mas quando o tapete parou sem ter chegado a caixa com o resto das coisas pensei..."é agora, é esta a primeira vez vou sair do aeroporto sem toda a bagagem". Mas não, entretanto ligaram o tapete e lá apareceu. A seguir, desempacotar tudo, montar e meter-me a caminho da casa da Iva e do Niki, os couchsurfers que me estão a hospedar na cidade.
O ponto de encontro que tínhamos combinado teve de ser alterado...a cidade está á 11 dias debaixo de protestos pois o governo recém-eleito decidiu nomear para chefe da segurança nacional o maior mafioso búlgaro... Penso no meu país e nas semelhanças (ao nível da qualidade de algum,a da nossa classe politica, claro!) e diferenças (nos protestos: aqui ninguém desarma, e as manifestações começam às 6 da tarde, depois do trabalho. Resultado... o governo já recuou com a decisão e já tomou mais uma série de medidas no sentido daquilo que os manifestantes tinham vindo a manifestar). Assim tive de ir ter a casa da Iva e do Niki...que não sabia onde era. Depois das indicações da Iva e de mais 3 ou 4 pessoas a quem, entretanto peço direcções, estou parado num semáforo para peões quando ao meu lado pára uma rapariga numa bike de cidade. Meto conversa, pergunto se conhece a direcção para onde tenho de ir. Diz que sim, não só conhece, como me pode levar lá perto! Seguimos os dois ao som do protesto de milhares de pessoas. Aproveitamos para fazer as apresentações e surgem as perguntas habituais: de onde venho, o que faço aqui, para onde vou... Diz-me que já esteve em Portugal e que adorou. Chegamos à avenida pela qual eu tinha perguntado e despedimo-nos...amizades que duram uma dezena de pedaladas de bicicleta. Até chegar à casa dos meus anfitriões ainda passam 45 minutos de pedidos de informações e enganos (impressionante a amabilidade das pessoas em me mostrarem o local, uma delas abrindo o telemóvel e metendo o Google maps no ecrã para eu me orientar) . Sou recebido com uma refeição típica búlgara (sopa com iogurte), acompanhada de anis e vinho tinto (espera lá...anis ao jantar? sim, é normal por aqui). A conversa desenrola-se entre viagens, politica, cultura, etc. até que às 2h40 decido que está na hora de dormir.

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