quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Durmitor - Dia 1

Uma das razões que me trás aqui é caminhar, mas não o vou fazer já hoje. Pelo menos um percurso longo! Vou, antes, aproveitar para descansar, dar uma volta pelas redondezas, actualizar o blog e fazer compras para os próximos dias. A manhã é passada no centro da vila, num banco de jardim de onde consigo apanhar uma rede de Wifi desbloqueada. No mapa que a Bernii (a australiana, a viajar de bicicleta pelos balcãs durante 4 meses, que conheci duas semanas antes no coração da Albânia) me deu, com uma rede de percursos pedestres que abrange três parques naturais nesta zona, há um local que me desperta imediatamente o interesse: uma escarpa situada no encontro de 3 canyons diferentes. Deve ter uma vista soberba… pego na bicicleta e tento ir até lá, mas quando já tenho 7 km feitos decido que vai ter que ficar para outra altura. O terreno é um sobe e desce constante e eu hoje tirei o dia para descansar, não para amanhã estar sem me mexer. 




Volto para trás e procuro outro local mais próximo do ponto onde me encontro, que está assinalado no mapa como sendo um miradouro sobre o canyon do rio Tara. Procuro, procuro, mas não encontro… Mesmo com o mapa, meto pelo primeiro cruzamento à direita, quando devia ter seguido em frente. Não faz mal. Fico contente assim, porque passo por aldeias isoladas no planalto e pessoas com aquela simplicidade ternurenta, que sorriem e acenam à minha passagem. Há aqui uma calma e uma paz impressionantes e as quem aqui vive reflecte isso mesmo. Quando volto ao camping, a filha mais nova do casal que detém o parque, brinca na relva, rebola-se, abre os braços e sorri. É feliz aqui. Penso que no meu país, tal como noutros que estão em paz, as crianças brincam às guerras, às pistolas e aos mortos. Aqui, neste país farto da guerra, brinca-se à paz e celebra-se a vida! O mundo está todo virado do avesso… A 10 minutos de caminhada daqui fica o Crno Jezero, ou BlackLake, em inglês, uma das atracções do parque Nacional do Durmitor. Espero pelo fim da tarde para ver o lago. A luz do final do dia dá sempre um toque mágico à natureza e a maior parte das pessoas que lá passaram o dia devem estar agora a regressar a casa. Um trilho em volta do lago permite observá-lo de todos os quadrantes, sempre à sombra de árvores que balançam suavemente com a brisa que se faz sentir, sob o olhar atento das montanhas circundantes, que parecem assumir o papel de guarda-costas a tamanha beleza.. Há famílias em piqueniques, pessoas que fazem jogging depois de um dia de trabalho e outras que tentam encontrar um enquadramento mais improvável para conseguirem uma boa foto. Todos reunidos em torno do mesmo fenómeno, tão belo e tão simples: a natureza no seu esplendor! 



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