quarta-feira, 17 de julho de 2013

Skopje - take 1 action!

Normalmente uma viagem começa com a preparação, com a consulta de guias e de informações sobre os locais. Esta viagem também devia ter começado assim. Devia! Uma mudança de casa nas semanas que antecederam a partida e um assalto à carrinha numa visita a Badajoz que me fez ficar sem o guia que tinha no mp3, ditaram que não, que não ia ser uma viagem com muita preparação. Assim, a única coisa eu tinha mais certeza, à partida de Lisboa, era mesmo o dia de vinda, 23 de Junho para Sofia e o de ida, a 12 de Agosto em Veneza. Pelo meio já tinha para mim que iria visitar 3 locais: o Parque Nacional de Rila, na Bulgária, o de Mavrovo, na Macedónia e o Durmitor em Montenegro. O resto do percurso seria feito dia-a-dia, perguntando, ouvindo os conselhos de outros viajantes e, sobretudo, dos locais. É por isso que não sabia qual era a origem do nome Macedónia. Não! Afinal não tem nada a ver com a mistura de vários legumes; o nome vem do grego e deverá significar Alto.  

Na primeira manhã no hostel conheço um italiano que me fala da maior cidade Roma do mundo. Chama-se Shutka e fica nos arredores de Skopje. Fico logo entusiasmado com a ideia de ir até lá, mas sozinho, sem conhecer o sítio… não sei. Conheço também o Johan, alemão que anda a viajar com a namorada, que esteve em Portugal durante um ano num programa de intercâmbio. Quando a conheço meto conversa em português e a Solevai responde com um discurso perfeito. Fala-me logo de Benavente (o sítio onde foi acolhida por uma família, durante esse ano) e da festa da sardinha assada. Falar-se de Portugal sem se falar de comida é difícil, eheh!  Aproveito para comprar comida e para ver se encontro um fogão de campismo novo. Claro que encontro e logo à primeira, por dez vezes menos o preço que em Portugal, no supermercado onde compro a comida.




Durante o resto do dia aproveito para visitar a cidade, dividida pelo rio em duas zonas distintas: a norte mais antiga, com o castelo da cidade e a zona turca; a sul edifícios típicos do regime comunista. Para complicar mais as coisas, a meio (na margem norte do rio), o governo está a levar a cabo um megalómano projecto de construções inspiradas nos edifícios clássicos gregos. Espera lá!! Gregos? Então mas os Gregos odeiam os Macedónios! Explico: a Macedónia é um país com 22 anos de independência e a sua população é constituída por Eslavos-Macedónios (62%), Albaneses (25%), Turcos (10%) e a restante está dividida entre Romas e Sérvios.  A origem dos habitantes desta região é Eslava, do centro da Europa e a Grécia nem sequer reconhece a designação do país, porque Macedónia já é o nome de uma região grega há vários séculos. O facto de o governo estar à procura de uma identidade nacional, fez com que fosse buscar o culto dos heróis nacionais, encabeçados por Alexandre “O grande”. Assim está explicada a causa da construção destes edifícios. 




Apesar de tudo esta deve ser a cidade mais moderna que encontro desde que iniciei a viagem: uma frota de autocarros relativamente recente, entre os quais os de dois andares ao mais puro estilo londrino, ciclovias (se bem que nem sempre nas melhoras condições) e uma atmosfera mais descontraída.
Na zona turca, entre ruelas e becos, procuro um local para almoçar. Para tal sigo sempre a mesma directiva: ir onde os locais vão, fazer como eles fazem, tentando assim evitar os menus turísticos e as decorações foleiras. Como um delicioso Byrek com carne, acompanhado de um iogurte, por 75 cêntimos. Antes de regressar ao hostel ainda passo pelo bazar (um mundo de sons, cores e cheiros) e visito mesquitas e igrejas, tudo num raio de 600 metros. Afinal a “nossa” Macedónia não está muito longe daquilo que é este país - uma mistura saudável (na sua maioria) de pessoas e religiões.





Estou a acabar de jantar quando o Johan e a Solevai aparecem e me convidam para irmos ao festival de música que acontece a 500 metros dali. Uma banda local surpreende-nos com a qualidade da música, que vamos apreciando com uma cerveja Macedónia na mão Podem dar uma olhadela no youtube em "Superhiks"). O Johan conta-me que trabalha numa organização alemã que faz projectos em locais socialmente mais “sensíveis” e que o penúltimo trabalho foi em Shutka, onde esteve a construir zonas de lazer para as crianças. No dia seguinte vai lá levar a namorada e convida-me para ir também! Boa! Não só vou lá, como ainda vou ter o privilégio de ir com uma pessoa que conhece o local e os locais.




1 comentário:

  1. De cada vez que aqui venho deixar um comentário não sei o que acontece que perco sempre!!! E perco antes de ser publicado!
    Acaba por me chatear e desisto. Hoje também "andei aqui às voltas". A ver se finalmente atinei com isto!
    0.75€ um jantar? Nossaaaaa! Que lindas fotos, que lindas historias! Ando a adorar!!! Parece que ando aí de bicicleta Ctg :))))

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